"A Mãe" no Teatro Trindade

"A Mãe" no Teatro Trindade
Os palcos do Teatro Trindade vão receber, a partir do dia 14 de Abril, o espetáculo A Mãe, uma encenação de Joaquim Benite. Esta é uma peça produzida pela Companhia de Teatro de Almada. 

O papel principal desta peça já foi interpretado por Helene Weigel,  interpretando de forma notável a personagem, depois da morte de Bertold Brecht, em 1956.

Elenco: Alberto Quaresma, André Albuquerque, Carlos Gonçalves, Carlos Santos, Celestino Silva, Daniel Fialho, Laura Barbeiro, Luzia Paramés, Manuel Mendonça, Marco Trindade, Marques d’Arede, Miguel Martins, Paulo Guerreiro, Paulo Matos, Pedro Walter, Sofia Correia, Teresa Gafeira, Teresa Mónica.

Sinopse:
A mãe, Pelagea Vlassova, é a personagem principal de toda a dramatização. A ação desenvolve-se em torno da mãe que sofre imenso depois da morte do seu filho, devido à inquisição czarista. Depois deste episódio, Vlassora transforma-se numa revolucionária ativa conseguindo identificar o medo, o desânimo e a ignorância como tópicos do totalitarismo.

"Procissão da Endoenças" na Chamusca

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Dramatização de uma Procissão
A Companhia de Teatro do Ribatejo (CTR) vai estar nas ruas da Vila da Chamusca para a dramatização da Procissão de Cristo, no dia 15 de Abril. O principal enfoque da dramatização é a reconstrução da cena da Crucificação e Ressurreição de Cristo, no Largo Vasco da Gama e na Igreja Misericórdia, respectivamente.

A recriação irá conter luzes de archotes, cânticos da época interpelados com gritos dos penitentes. Tentando conectar a fé e o delírio.

Segundo o blog da CTR, esta será uma "grandiosa recreação que fará da Chamusca um imenso mar de luz e fé".

Esta é uma co-produção entre a Camara Municipal da Chamusca e a Companhia de Teatro do Ribatejo.

Ruy de Carvalho, 69 anos de carreira

 Ator muito reconhecido pelo público português
Os palcos do teatro amador receberam, em 1942 no grupo de Mocidade Portuguesa, o talento de Ruy de Carvalho. Aos 81 anos, o ator ainda se mantém no ativo da profissão. Formou-se no Conservatório Nacional, com o Curso de Teatro/Formação para Atores, tendo terminado em 1959.

A sua primeira personagem profissional foi em 1947, na comédia Rapazes de Hoje no Teatro Nacional. O espetáculo que marcou a sua carreira e onde ficou mais conhecido foi Está lá fora o Inspector, com o personagem "Eric Birling", estreado no Teatro Avenida.

Em 1963 viajou até ao Porto e passou a dirigir o Teatro Experimental da cidade, tendo assumido a única vez o papel de encenador na peça Terra Filme, de Miguel Torga.

Esteve presente no relançamento do Teatro Nacional D. Maria II, em 1977. Trabalhou com o encenador Felipe La Féria em diversos espetáculos, como Passa por Mim no Rossio, em 1992, Maldita Cocaína, em 1994, e Casa do Lago, em 2002.

Ruy de Carvalho não se ficou apenas pelos palcos, tendo também integrado elencos para telenovelas e também fez parte dos ecrãs cinematográficos, com o filme Passaros de Asas Cortadas, Domingo à tarde, A Bicha de Sete Cabeças, entre outras. 

Ruy de Carvalho já foi premiado inúmeras vezes devia ao à sua carreira, destacando-se Prémios de Imprensa para Teatro, Prémios de Imprensa para Cinema e, também, Prémio Luís de Camões da Universidade Lusíada e Medalha de Mérito Cultural.

João de Carvalho, ator desde os 4 anos de idade

37 anos de Carreira
Ator português, João de Carvalho formou-se  em História na Faculdade de Letras de Lisboa, mas descobriu que a sua verdadeira paixão seria seguir as pisadas do pai na representação, Ruy de Carvalho.

João de Carvalho iniciou a sua carreira nos ecrãs televisivos com Noite de Teatro, com apenas 4 anos. Desde então, continuou o seu trabalho passando para os palcos. Foi no Teatro Radiofónico Infantil que deu os primeiros passos teatrais. Mais tarde, integrou a Companhia de Teatro da RTP, onde se tornou ator profissional. 

Anos mais tarde, entrou para o elenco de atores do Teatro Nacional D. Maria II, tendo, a partir daí, assumido várias funções, inclusive Diretor de Cena. Dentro da mesma companhia, João de Carvalho foi ator e encenador, tendo dirigido a peça Um Inimigo Público e Palhaço de Mim Mesmo. Nesta última, contracenou pela primeira vez com o seu pai.

Também integrou elencos de peças infantis, tendo feito parte de Falar Verdade a Mentir, Aprendiz de feiticeiro ou Auto da India. 

Os palcos não foram o único local que o acolheram. Além disso, teve experiências cinematográficos que lhe deixaram um lugar aberto para longas metragens, tendo sido a sua última a Dos Rivales Casi Iguales, em 2007. 

Nos últimos anos dedicou-se aos ecrãs televisivos, tendo integrado o elenco de Malucos do Riso e Não Há Pai, da SIC, e Equador, da TVI, entre outras.

"A mulher que parou" no Teatro Municipal do Barreiro

 "A Mulher que parou" no TMB
No passado dia 18 de Março estreou-se no palco do Teatro Municipal do Barreiro (TMB) a peça de teatro A Mulher que parou, uma produção da companhia de teatro do Barreiro -  Arteviva. Este espetáculo é de autoria de Tiago Rodrigues e encenação de Carina Silva.

Esta companhia tem vindo a desenvolver um trabalho amador, não só na criação de peças de teatro, mas também na formação de jovens. 

Elenco: Ana Samora, Inês Valente, Jorge Pedro Ferreira, Liliana Nunes, Mariana Sardinha, Nuno Paulino, Patrocínia Cristóvão, Sara Santinho e Susana Marques. 

Sinopse:
Este é um espetáculo que se foca numa personagem principal - Marta. Mostra como uma mulher que tinha tudo para ter sucesso na vida, de repente parou. Todos os seus amigos vão preocupar-se e vão tentar entender o que se passa com a amiga. Toda a ação irá desenrolar à volta da situação de Marta. 

"Amália" na Casa do Povo dos Riachos

 "Amália" nos Riachos
A Casa do Povo dos Riachos, perto de Torres Novas, irá receber o Musical Amália no próximo dia 2 de Abril, às 21h30. 

Segundo o blog da Companhia de Teatro do Ribatejo, esta é uma "oportunidade para ver ou rever um espectáculo que tem conquistado o público da Região." 

Este é um espetáculo será recheado de emoções, relembrando fados da autoria de Amália Rodrigues, diva do fado português. 

Reversas de bilhetes - 967375256

"Vitória" no Teatro Municipal de Almada

 "Vitória"no TMA
O Teatro Municipal de Almada (TMA) vai receber, no dia 31 de Março, o espetáculo Vitória uma encenação de José Peixoto.

Athol Fugard depois de abandonar a universidade, decide conhecer o mundo e é nesse âmbito que escreve esta peça de teatro, agora traduzida por Rui Pina Coelho e Ana Raquel Fernandes. 

Toda a ação decorre na África do Sul, país que o acolheu e começou a trabalhar como funcionário judicial. Nesta função Athol Fugard vive situações sofredoras e é neste sentido que decide criar uma história. 

Elenco: Bruno Huca, Cheila Lima e Jorge Silva

Sinopse: Dois jovens negros, Vicky e Freddie, assaltam a casa do seu velho professor Leonel Benson, reformado e de raça branca, para conseguirem obter dinheiro e poderem fugir para uma cidade grande do país, tentando uma vida melhor. Esta ação passasse em 1994, época em que havia uma grande tensão, na África do Sul, entre brancos e negros. 
Esta é uma peça que vai tentar ligar a esperança, a violência e a aflição de jovens tendo como exemplo o Vicky e o Freddie.

Rita Blanco, atriz há 28 anos

 Já interpretou mais de 25 personagens
Rita Blanco estreou-se com uma personagem na peça Mariana Espera Casamento. A atriz formada no Conservatório Nacional, com o curso de formação para atores, integrou o elenco do espetáculo Perversões, de David Mamet, interpretando a sua primeira personagem.

Em 1991, Rita Blanco fez parte do elenco da peça Nunca Nada de Ninguém, encenada por Ana Tamet, sendo que com esta personagem a atriz foi premiada com o Prémio Garret para a Melhor Interpretação Feminina. A última peça que integrou foi em 1997, Peter Pan uma encenação de António Pires. 

Depois dos palcos, a atriz estreou-se nos ecrã de cinema. Foi dirigida por João Botelho, em 1994, tendo realizado quatro filmes com o diretor. Mas a sua paixão pela representação prosseguiu, tendo até agora interpretado mais de 25 papeis. 

Depois de várias telenovelas e da série televisiva A Família Mata, que está no ar na SIC, a atriz está a preparar o seu próximo filme de Michael Haneke. Rita Blanco irá contracenar com Jean-Louis Trintignant, Isabelle Huppert e Emmanuelle Riva, grandes nomes no cinema francês. As filmagens estão a decorrer em Paris.

"O Rei - Menino" no Teatro das Beiras

"O Rei-Menino" na Covilhã
A partir do dia 14 de Maio, o Teatro Municipal das Beiras, na Covilhã, tem em cena a peça "O Rei-menino", um espetáculo encenado por Isabel Bilou.

Elenco: Pedro da Silva, Rui Raposo Costa e Sónia Botelho.

Sinopse:  
É uma peça baseada na história do menino pequeno que foi rei, pois ficou órfão bastante cedo e sendo filho único teve que subir ao trono. Sem a devida formação ou estudo, o menino não sabia nada sobre o seu reino. Apenas queria brincar como qualquer outra criança da sua idade, mas a realidade era bastante diferente, ele tinha uma responsabilidade a assumir. 
Toda a peça é o decorrer de peripécias e encruzilhadas.

"O Fidalgo Aprendiz" no Teatro Nacional D. Maria II

"O Fidalgo Aprendiz" no TNDMII
A partir do dia 30 de Março, os palcos do Teatro Nacional D. Maria II (TNDMII) vão ser pisados por mais um espetáculo, encenado por João Pedro Vaz, um peça feita a partir do texto de D. Francisco Manuel Melo.

Esta é uma peça que foi escrita em 1665, tendo sido agora transformada por João Pedro Vaz numa peça com uma história bem portuguesa. No ano que em a peça foi escrita, D. Francisco Manuel de Melo estava preso, nunca lhe faltando a inspiração.

Esta é uma história que conta com a interacção entre público/atores; plateia e palco, tendo assim sido transformada para uma peça-oficina. 

Elenco: Afonso Santos, Carlos Malvarez, Crista Alfaiate, Gonçalo Fonseca, Mónica Tavares, Paula Moura e Valdemar Santos.

Sinopse:
Dançar sem música de fundo, declamar sem poesia e esgrima sem qualquer tipo de espada são algumas instruções que o jovem nobre terá de apreender e aprender para alcançar o seu objectivos, as damas da cidade. É no seio de tanto engano que o nobre irá ser enganado.

Eunice Muñoz uma referência da representação portuguesa

A referência no mundo da representação
Foi nos palcos do Teatro Nacional, em 1941, que Eunice Muñoz interpretou a sua primeira personagem na peça Vendaval, de Vírgina Vitorino.

Ainda antes de terminar o curso de atores no Conservatório, a atriz portuguesa já teria contracenado com Maria de Matos, João Villaret, entre outros nomes, graças a Amélia Rey-Colaço, atriz que rapidamente lhe reconheceu o talento.

Cinco anos depois estreia-se no cinema com o filme Camões, do realizador Leitão de Barros. Com esta interpretação, Eunice foi premiada com o título de melhor atriz cinematográfica do ano.

Em 1950, regressa aos palcos dos teatros portugueses para contracenar com Vasco Santana e Maria de Matos numa comédia - Ninotchka.

Não se ficando pelo mundo da sétima arte ou tão pouco pelo teatro, em 1993 estreia-se na televisão portuguesa com a telenovela A Banqueira do Povo.

Saltando dos palcos para os ecrãs, Eunice Muñoz encontra-se, agora, com uma personagem que poderá ver no Teatro Experimental de Cascais, com a peça O Comboio da Madrugada.

"O Carteiro Paulo" vai chegar aos palcos portugueses

Os desenhos animados O Carteiro Paulo salta dos ecrãs para os palcos dos teatros nacionais, acompanhado com o seu gato Quico e os seus amigos. Este é um espetáculo que irá viajar de Norte a Sul do país, pela primeira vez.

A produção que passa no canal Panda e na RTP2 ir-se-à estrear em Abril, sendo que a história não irá estar muito longe daquilo que os mais jovens estão habituados a ver na televisão: Um carteiro especial que passa de porta em porta para deixar as encomendas, mas que pelo meio terá outras peripécias e encruzilhadas.

Este é um cartoon que pretende incutir valores nos mais novos, como a importância da família, dos amigos, a inter-ajuda, entre outros, à semelhança do que acontece nos ecrãs da televisão portuguesa.

Alexandra Lencastre, da filosofia à representação

» Alexandra Lencastre
Alexandra Lencastre, 45 anos, ingressou no ensino superior no curso de filosofia, mas rapidamente percebeu que a sua verdadeira paixão seria a representação, tendo assim cancelado a sua matricula na Faculdade de Letras de Lisboa e ingressado na Escola Superior de Teatro e Cinema.


Os primeiros passos no mundo da representação foi em cima dos palcos com a peça Pílades, mas foi no mundo da televisão que ganhou mais popularidade. Estreou-se no mundo dos ecrãs com a série Rua Sésamo, tendo a partir daí nunca mais parado.

O mundo do cinema também não lhe ficou de fora e em 2002, com o filme O Delfim, onde fazia par com Rogério Samora, ganhou o Globo de Ouro de melhor atriz de cinema. Em 2003, ganhou o Globo de Ouro de melhor atriz de TV, com a série televisiva Ana e os Sete.

O Cine-Teatro de Alcanena tem novo diretor

» Tiago Guedes
Depois de criar o Festival Materiais Diversos, há dois anos, na freguesia de Minde, Tiago Guedes é, agora, o novo diretor do Cine-Teatro São Pedro, em Alcanena, substituindo Victor Costa. O jovem coreógrafo de 32 anos revela que é um "enorme desafio" assumir este cargo.

Na apresentação do catálogo para 2011, que decorreu hoje em Alcanena, o atual diretor explica que pretende "criar um sítio vivo, convivial, de descoberta e aberto a todos é tarefa árdua, mas muito entusiasmante".

Tiago Guedes irá fazer uma aposta do que se designa "São Pedro Fora de Portas": todos sábados de todos os meses, as peças de teatro irão viajar por outras freguesias de Alcanena. O primeiro espetáculo de dança e que passa pela casa ideal para cada um, «A Casa» já tem local destinado: será na freguesia de Vila Moreira, no dia 2 de Abril.

«Recordações de uma revolução», de Rui Pina Coelho

«De Arthur Schnitzler Encenação: Luís Miguel Cintra Teatro Nacional D. Maria II, 17 de Fevereiro de 2011 Sala cheia

Se alguns dos últimos espectáculos da Cornucópia pareciam avaliar o mundo, a vida e o teatro com pulsão de balanço testamentário - penso sobretudo em Miserere e Fim de Citação, de 2010, mas podíamos recuar até O Construtor Solness, 2007, ou Os Gigantes da Montanha, 2008, ou A Tempestade, 2009 -, A Cacatua Verde parece, simultaneamente, dar-lhes continuidade e abrir um capítulo mais solar, voltando, não obstante, a um dos seus mais substantivos refrãos: A natureza da revolução (lembro-me sobretudo de A Tragédia de Júlio César, 2007, e de A Cidade, 2010 - mas gostava muito de ter visto A Missão em 1984 ou em 1992).
O texto do austríaco Arthur Schnitzler (1862-1931), contemporâneo de Tchekov, serve este propósito como poucos. E é, de facto, uma pequena obra-prima da dramaturgia europeia, que prefacia muitas das temáticas pirandelianas e muitas das actuais inquietações sobre as efectivas fronteiras entre realidade e ficção. Assim, Schnitzler situa a acção na noite de 13 para 14 de Julho de 1789, a noite da Tomada da Bastilha, momento inaugural de uma nova geometria política mundial. "Falsa peça histórica sobre a Revolução Francesa" ou "peça política sobre a própria História" (conforme citado no programa), este texto coloca uma trupe de teatro, dirigida pelo áspero Prospère (Luís Miguel Cintra), a representar e a relatar as façanhas de foras-da-lei numa taberna de má fama, "A Cacatua Verde", para deleite dos espectadores/clientes da taberna, a nobreza enfarinhada que se delicia com estas picardias.

Enquanto os actores entretêm a nobreza, a História avança, o mundo muda e à taberna cavernosa que ecoa outros redutos (a caverna de Platão, a gruta de Alcandro, a ilha de Próspero, a torre de Segismundo...) vão chegando os relatos da Revolução (bem como o som do troar dos canhões) e a ficção vai-se embrulhando com a vida.

No início, o largo elenco recebe os espectadores, dispostos pelo palco ou sentados à boca de cena, vestidos de preto, austeros, cantando a La Carmagnole, canção ícone da Revolução Francesa. Mas assim como Schnitzler conhecia o desfecho desta Revolução, também nós o conhecemos, bem como ao famigerado final de muitas outras que se lhe sucederam (e, se calhar, até conseguimos imaginar o que vai acontecer às que agora estão nas ruas).

Isto permite substituir a intensidade da farsa - aquela que precisa sempre do próximo momento cómico - pela dilatação do comentário, o que reforça a experiência de aprendizagem vivida pelas personagens. Porque todas (ou quase) vão voltar às ruas. O que significa que, embora abraçando o tom da comédia, o espectáculo parece ir resistindo à sua própria natureza, aumentando o tempo de apropriação da lição em detrimento da satisfação do voraz continuum dramático.

O cenário recupera a estrutura de Miserere (também apresentado no D. Maria II, em Lisboa), tapando o palco com umas altíssimas paredes de madeira, deixando apenas uma pequena porta, à direita, para a entrada das personagens, e colocando a arca de Prospère no local onde habitualmente está o Maestro (e onde esteve "a estátua azul do organista desconhecido" em Miserere), denunciando a orquestração teatral de todo aquele universo de coisas.

Mas se no espectáculo que erguia o Auto da Alma de Gil Vicente o desencanto parecia ser o tom dominante, A Cacatua Verde é de um tom garrido, solar, que vive da alegria dos actores e do prazer de representar (e que extraordinário grupo aqui é reunido, coerente como poucos elencos de vinte e cinco actores vão podendo ser!).

Apesar da leitura próxima e concordante que se faz do texto, este é, naturalmente, atravessado pela linguagem poética que os trabalhos de Cristina Reis tão bem instalam. No final, regressa também uma citação de A Missão de Heiner Muller (que também estava em Fim de Citação): "A revolução é a máscara da morte. A morte é a máscara da revolução."

Escancara-se aí a brecha que foi sendo aberta durante todo o espectáculo e, de repente, quando também nós voltarmos às ruas - porque todos (ou quase) vamos voltar às ruas - também já lá chegaremos diferentes.»

*Artigo de Rui Pina Coelho no Ipsílon online, suplemento do jornal Público

Morreu a atriz norte-americana Jane Russell

A atriz Jane Russell, que contracenou com a morena Marylin Monroe no filme «Os Homens preferem as Louras», faleceu, ontem, com 89 anos de vida, vítima de paragem respiratória. A norte-americana morreu, segundo fonte da família, em casa rodeada com os seus filhos.

Jane Russell marcou a sua geração, mostrando o seu lado mais rebelde defendendo o aborto e também enfrentando problemas com o álcool. Contudo, ao longo da vida veio a provar que era uma devota da religião cristã, bem como uma republicana comprometida.

A saúde da atriz já estava a debilitar-se à duas semanas, assegurou a nora de Russell: “Ela sempre disse: ‘Eu vou morrer na sela, não vou ficar em casa e tornar-me uma mulher velha’. E foi isso exactamente que ela fez, ela morreu na sela”.



» Jane Russell para além de atriz também tinha uma voz invejável

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